A leitura é um processo vivo, dinâmico e transformador. O texto que pode estar em forma de escrita ou imagens, seja de diversos tipos, é um elemento que contribui consideravelmente para a construção da nossa visão de mundo. Parte do que somos devemos àquilo que nos formou, sejam as instituições presentes em nosso cotidiano (família, escola, igreja, Estado), sejam as idéias retratadas nos diversos espaços do meio em que vivemos. A leitura de mundo que Paulo Freire nos incentiva a considerar como parte da nossa formação, tanto como educadores em relação aos educandos, quanto a nós mesmos enquanto seres participantes da formação dos diversos saberes, torna-se o elemento estruturante à formação da "persona" que criamos e carregamos ao longo da existência. É nesse sentido que a consideração dos recursos visuais como fator de formador de opinião e representações sociais e identitárias é algo para ser analisado à luz da criticidade, não apenas porque somos educadores e carregamos a responsabilidade de sermos formadores de opinão e por consequência, formadores de sujeitos, mas também deve ser encarado de forma particular, enquanto ser humano dotado da capacidade de abstração e ressignificação dos valores e ideologias que fundamentam as imagens.
Michele Santana Pacheco de Almeida