terça-feira, 14 de setembro de 2010
terça-feira, 10 de agosto de 2010
sexta-feira, 30 de julho de 2010
quarta-feira, 7 de julho de 2010
domingo, 13 de junho de 2010
Comentário sobre o filme "A negação do Brasil"
O filme é um documentário que mostra como as pessoas negras e afro-descendentes são representadas na sociedade. Vemos depoimentos de alguns atores já consagrados pelos seus trabalhos, mas enfrentaram muitas dificuldades para si inserirem no mundo artístico, normalmente dominado por pessoas brancas. E mesmo tendo seus talentos reconhecidos pelos diretores seus papeis na televisão eram restritos a trabalho domésticos só para agradar o público, raramente tendo um papel de destaque na televisão. É verdade que algumas imagens mostradas foram da década de 70, e muita coisa mudou nesses 40 anos, e que as pessoas negras e afro-descendentes estão mais presentes em outros setores da sociedade que antes não atuavam, mas a maioria ainda trabalha em serviços domésticos, segurança ou ocupam cargo de baixo escalão. Isso mostra que essas pessoas ainda vivem a serviço dos brancos, ou seja, subalterno a classe dominante já que a cor está relacionado ao poder aquisitivo, salva-se algumas exceções.
Portanto, é preciso que o negro e afro-descendente seja mais ativo na sociedade, que faça presente o seu poder cognitivo, ocupando cada vez mais cargos importantes nas repartições publicas e privadas para mostrar suas capacidades e igualdade que há séculos foi negado pela classe dominante.
Valmir de Jesus Moraes
segunda-feira, 24 de maio de 2010
ILHA DAS FLORES??

domingo, 23 de maio de 2010
ILHA DAS FLORES
sexta-feira, 21 de maio de 2010
A recepção ao Ilha das flores
No video fica claro que a liberdade e a autonomia andam em conjunto, pois já no título percebe-se o paradoxo, já que “flores” na sua função semântica rememora a beleza e aroma agradável especifico a plantas, entretanto as ligações imagéticas do video em nada lembram a beleza do sintagmatica do título e sim a ótica mas cruel das desigualdades de nossa sociedade.
Forte abraço,
Elque Santos.
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Lançando um olhar sobre o curta: Ilha das Flores!
Cada elemento estilístico, incluindo a “voz em off” do narrador, que ao que parece, pelas discussões em sala, desagradou ou complicou o “entendimento” de alguns, foi muito bem estruturado e pensado, a meu ver.
Analisar apenas as imagens seria bom, contudo, com a voz auxiliando, as imagens ganharam um sentido que, talvez, não ganhassem, se não houvesse a tal voz, de algum modo, direcionando o caminho a ser percorrido e a produção de sentido desejada no enredo imagético.
Quanto ao que tenho a expressar no que diz respeito ao entendimento deste filme, que muito me agrada...
Vamos a uma possibilidade de leitura: as relações comercias são tão marcadas e evidentes, que seria impossível não citá-las. “Você vale o quanto tem”. Se você possui um “telencéfalo” altamente desenvolvido e um polegar opositor, você é um HOMEM, mas se você não possui dinheiro, para produzir, vender ou comprar tomates, ou ainda, se você não “possui um dono”, será tratado como quem nada tem, e como tudo em nosso país são filas, você está no final da fila, você é o lanterninha e está depois, bem depois dos porcos, que não possuem um telencéfalo altamente desenvolvido nem um polegar opositor, mas, têm dono. É isso que faz do porco um ser que fura a fila e passa na frente de quem não tem, supostamente, nada a oferecer para o nosso sistema “capitalista altamente desenvolvido” e, “excluidor”. Seria cômico se não fosse trágico! Isso para ser bem irônica.
“HOMEM PRIMATA, CAPITALISMO SELVAGEM!” Até onde vão a nossa ambição e desumanidade...
Beijos Vermelhos à tod@s,
Mileide Santos.
Ilha das Flores
edemari
http://www.ceramicanorio.com/artepopular/maragogipinho/maragogipinho.htm
ARTE POPULAR CERÂMICANORIOwww.ceramicanorio.com
Maragogipinho-BA
O Distrito de Maragogipinho, próximo da cidade de Nazaré mais conhecida como Nazaré das Farinhas, no Estado da Bahia, tem como principal atividade econômica o trabalho com o barro. É considerado o maior centro de produção de cerâmica artesanal da Bahia e há quem afirme ser um dos maiores pólos da cerâmica artesanal da América Latina. Fica localizado há três horas de Salvador (de carro, passando pela Ilha de Itaparica, via ferry-boat), cerca de 230 Km aproximadamente.
Peças acima foram feitas por Antonio Padre.
Sua cerâmica é produzida em cerca de 100 oficinas/ateliês, todas bem rústicas, a maioria sem nenhum avanço técnico, usando antiquados métodos de fabricação: torno de oleiro movido com o pé; barro sem a qualidade adequada; queima em rudimentares fornos a lenha etc
Seus artesãos,homens e mulheres, com rudes ferramentas modelam, decoram e queimam potes, moringas, vasos, pratos, tigelas, jarros, esculturas, objetos, santos - milhares de peças todos os meses, objetos que apresentam em sua forma nítidas influências indígenas e portuguesas.
Oficinas/Ateliês em rústicas instalações.
Fornos rudimentares.
Grande parte da produção de Maragogipinho é exposta durante Feira dos Caxixis que se realiza, anualmente, durante a Semana Santa, em Nazaré das Farinhas. Esta tradição secular leva milhares de visitantes à cidade a partir de quinta-feira. Paralelamente ao evento, ocorre a encenação da Paixão de Cristo e shows musicais.
Na ocasião uma variedade enorme de peças cerâmicas são expostas em dezenas de barracas. Vendem, além de caxixis (miniaturas de peças maiores, utilitárias ou zoomorfas, originariamente destinadas a uma finalidade lúdica — jogos e brinquedos),todo o tipo de trabalho feito com barro.
Cofre, também conhecido como mealheiro, com o formato de porco e caxixis. Milhares destas peças são produzidas todos os meses na região. Um dos maiores fabricantes são o casal Mano e Jamilce. Altura do maior: 12 cm.
Deve ser salientado que a excelência dos trabalhos dos artesãos de Maragogipinho tem sido reconhecida. Recentemente exportaram um contêiner de peças para a Europa e estão concorrendo, com duas peças já selecionadas, ao Prêmio UNESCO de Artesanato para a América Latina e o Caribe-2004. A maioria dos artesãos de Maragogipinho pertence a uma Associação representativa da classe. Com a ajuda do Sebrae estão prestes a inaugurar instalações comunitárias visando melhorar a qualidade de seu barro/argila. Maromba e outros equipamentos foram comprados para a produção de suas próprias massas. Este avanço técnico objetiva melhorar a qualidade de seus produtos evitando quebras no transporte e outros inconvenientes. Com a ajuda de técnicos estão sendo feitos estudos visando melhorar a performance de seus rudimentares fornos, bem como a qualidade dos esmaltes aplicados no revestimento de peças utilitárias que produzem.
Peças utilitárias e decorativas, de variados tipos e modelos, são produzidas em Maragogipinho.
As primeiras olarias do local, situado às margens do Rio Jaguaripe, foram construídas pelos Padres Jesuítas há cerca de 300 anos. Desde então, o saber da atividade vem sendo transmitido de pais para filhos.
Na cidade há também Santeiros. Um deles é Rosalvo Santana. Pelo tel: (75) 3647-5108 aceita encomendas e despacha para todo o Brasil.
A maiorias das peças feitas em Maragogipinho são inconfundíveis face ao acabamento com Tauá - (engobe usado em decoração de peças proveniente de argila rica em óxido de ferro que dá uma coloração avermelhada às peças). Outra característica local, usada na decoração das peças, é desenhar com tabatinga (argila líquida) de cor branca muito abundante na região.
Pesquisa, texto e fotos: Renato Wandeck
Conheça Mestre Almerentino, Olaria São Gregório, em Maragogipinho-BA Clique aqui
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segunda-feira, 17 de maio de 2010
ILHA DAS FLORES
Não nos indignamos mais com a corrupção, com a violência, com a fome , com o desemprego ou subemprego enfim, as injustiças socais. Não podemos considerar normal que seres humanos tenham que vasculhar o lixo de porcos para sobreviver, seres humanos precisam ser destiguidos de animais não só por terem cérebro e polegar opositor, mas por ainda ter a iniciativa de indignar-se e ter compaixão com a humanidade.
domingo, 16 de maio de 2010
Ilha das Flores
No meu olhar e o que mais me marcou ao assistir o documentário foi o seu desfecho, quando mulheres e crianças se submetem a uma fila para catar no lixão os restos dos tomates e outros alimentos que os porcos não quiseram comer. E ainda por cima com tempo marcado de cinco minutos. É uma vergonhosa desumanização. Interessante é que o narrador do filme ressalta o tempo todo que o ser humano é possuidor de um telencéfalo altamente desenvolvido e um polegar opositor. Ou seja, tem tanta inteligência e a sua própria raça (humana) é tratada inferior a raça animal.
É realmente lamentável que este tipo de coisa aconteça, não só na Ilha das Flores, mas em todo o país.
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Documentário: Ilha das Flores.
sábado, 8 de maio de 2010
terça-feira, 4 de maio de 2010
Gênero Masculino
Nós enquanto formadores de opiniões e pessoas capazes de influenciar as mentes dos nossos alunos, devemos ter esse olhar crítico, sensível e reflexivo tanto na abordagem dessas questões nos diversos espaços sociais, como na construção de uma mentalidade que perceba e faça perceber também a dificuladade que o ser do sexo masculino enfrenta no cotidiano da sua construção enquanto pessoa.
Michele Santana Pacheco de Almeida



sexta-feira, 30 de abril de 2010
Janela da Alma
.
Janela da Alma
Faz-nos refletir sobre se realmente não ver é aquele que é deficiente visual. Esse filme apresenta visões de diferentes pessoas com diversos problemas visuais acerca de suas percepções do mundo, então me pergunto como uma pessoa que não enxerga pode ver o mundo? o interessante é que realmente elas veem o mundo, sentem, percebem coisas que nós que aparentemente não somos deficientes visuais nem vemos ,nem percebemos, nem sentimos apenas, enxergamos.
Perceber o mundo, o outro é difícil nessa vida tão corrida e cheia de compromissos e nesse documentário demonstra que as relações humanas estão cada vez mais distantes, profissionais, quase que puramente comerciais. Olhar, ver, sentir, perceber não são apenas verbos no infinitivo são ações que precisam ser praticadas por todos e em especial quem não tem deficiência visual.
Janela da Alma representa não uma visão de fora para dentro, mas transmitir que sentimos pelo olhar.
terça-feira, 27 de abril de 2010
Genêro
trago aqui um link sobre genêro já que estamos discutindo sobre esse tema nessas aulas.
Então, para não ficarmos pensando apenas em genêro: masculino e feminino, vamos fazer está leitura indicada, acho bastante relevante, até para que possamos compreender melhor o assunto e fazer um link também com as figuras imagéticas.
pt.wikipedia.org/wiki/género_(sociedade)
Abraços
Clarissa
domingo, 25 de abril de 2010
HINO DO HAITI
Marchons unis, marchons unis
Dans nos rangs point de traitres
Du sol soyons seuls maîtres
Marchons unis, marchons unis
Pour le pays, pour les ancêtres
Marchons, marchons, marchons unis
Pour le pays, pour les ancêtres
Pour le drapeau, pour la patrie
Mourir est beau, mourir est beau
Notre passé nous crie
Ayez l'âme aguérrie
Mourir est beau, mourir est beau
Pour le drapeau, pour la patrie
Mourir, mourir, mourir est beau
Pour le drapeau, pour la patrie
Tradução
Para o país, para os antepassados
Vamos caminhar juntos, caminhar juntos
No nosso ponto de traidores classifica
Sejamos donos da nossa terra
Vamos caminhar juntos, caminhar juntos
Para o país, para os antepassados
Andar, andar, caminhar juntos
Para a bandeira para o país
Para a bandeira para o país
Morrer é belo, a morte é bela
Nosso passado grita para nós
Ter a alma forte
Morrer é belo, a morte é bela
Para a bandeira para o país
Morrer, morrer, morrer é bom
Para a bandeira para o país
Retirei este hino do Haiti, juntamente com a sua tradução, do site http://letras.terra.com.br e ao fazer a leitura do mesmo e lembrando das imagens trazidas pela professora Cecília me questionei: a letra desse hino explica, ao meu ver, o porquê da preocupação ou da necessidade daquela população em se mostrar arrumados e dando continuidade as suas vidas, ou seja, mesmo estando em situação desastrosa eles buscam se manter firmes como ressalta no Hino: "Notre passé nous crie Ayez l'âme aguérrie" tradução "Nosso passado grita para nós Ter a alma forte".
Os haitianos são realmente guerreiros!
terça-feira, 20 de abril de 2010
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Devolva-me
E a indústria da informação do Brasil, TV, rádio, mídia impressa, eles nos tem obliterado a real situação sobre o Haiti. Vendendo-nos uma situação não existente. Ou, talvez seja algo idealizado, que eles torcem muito para que aconteça, diria até transcendente, que está além do mundo palpável e contemplativo, ou seja, metafísico. Realmente, não sei por qual ou quais motivos, nos escondem a situação do Haiti. E a ONU, o que ela tem feito como órgão que deve cooperar para o bom andamento das relações entre as noções, se omite ou é totalmente a favor do imperialismo imposto pelos países que fazem parte da ocupação. E até a ajuda humanitária, de humana nada há. Como diz Edson Gomes em uma de suas músicas, este sistema é um vampiro.
Israel Ribeiro
domingo, 18 de abril de 2010
HAITI
Haiti, uma história de paradoxos e excessos
15/01 - 18:03 - Régis Bonvicino, especial para o Último Segundo
·
O verdadeiro terremoto do Haiti foi a sua própria história, agora, evidenciada mundialmente pelo sinistro geológico. Porto Príncipe, a capital do Haiti situa-se no departamento de Quest, um dos dez do país, que tem cerca de nove milhões de habitantes e faz fronteira, na ilha Hispaniola, com a República Dominicana.
· Veja as principais notícias sobre o terremoto no Haiti
· Leia todos os textos de Régis Bonvicino
Cedido pela Espanha à França em 1697, quando se chamava Saint-Domingue, suas terras – há muito inférteis – tornaram-no uma das mais ricas colônias das Américas. Produzia um dos melhores acúcares do mundo, batendo, no século XVIII, o Brasil em exportações nesse campo.
Hoje, sua renda per capita é bastante menor do que a do bairro de Higienópolis, em São Paulo: em média, um haitiano vive com dois reais ao dia. Como lembra Juan Jesús Aznárez o Haiti é exemplo vivo da Lei do engenheiro aeroespacial americano (Edward) Murphy: qualquer situação, por pior que seja, está sujeita a agravamentos.
O que transformou o Haiti no país mais pobre das Américas? O processo ininterrupto de “colonização” (usurpação), que não se findou, paradoxalmente, com sua independência, inovadora e sui generis, em 1804, a segunda do continente (a primeira foi a dos Estados Unidos, em 1776) e a primeira liderada exclusivamente por negros, que conquistaram sua liberdade, em 1794 – ao contrário dos negros brasileiros, que foram “alforriados” quase cem anos depois.
O Haiti, disputado pela Espanha e França, antes de sua independência, não teve ao menos os benefícios secundários de uma colonização como a brasileira. Na verdade, sua independência política consistiu num abandono de território. As plantações de cana de açúcar francesas, que fizeram a riqueza de Paris, haviam esgotado o solo, quando Napoleão entregou a ilha à sua própria sorte.
A República negra sofreu boicotes desde seu início e tornou-se um “encrave negro”. O sismo do dia 12 de janeiro, 35 vezes mais forte do que a bomba atômica lançada sobre Hioshima no final da Segunda Guerra, deu-se, na verdade, quando Colombo chegou na ilha em 1492.
À deriva desde sua independência
As terras haitianas já eram parcialmente inférteis no começo do século 19. A jovem Revolução Industrial, àquela altura, substituía, passo a passo, o trabalho humano pela máquina, a agricultura e o artesanato pelo manufatura. Sem terras férteis, sem possibilidade para cultivar suas possíveis matérias primas, a república negra seguiu à deriva, de crise política em crise política.
O jovem capitalismo industrial, baseado igualmente na exploração dos escravos, radicalizou as relações de produções, adicionando a elas, então, o racismo e os conflitos raciais, um instrumento econômico, que perpetuou os negros como seres inferiores – mesmo depois de suas alforrias.
Os conflitos raciais entre brancos e mulatos e os negros (a maioria do país) inviabilizaram o Haiti. O país fechou-se em si mesmo, cumprindo sua vocação de ilha. Fechou-se nos conflitos raciais legados pelos colonizadores franceses e espanhóis, fechou-se no passado, em sua impotância, em sua psique tribal reprimida.
Sua localização geográfica não o ajuda: situa-se entre a Venezuela e os Estados Unidos, ao lado de Cuba. É um lugar de passagem. E, com a doutrina Monroe (de James Monroe, lançada em 1823, “A América é dos americanos”), tornou-se “propriedade” implícita dos Estados Unidos.
Uma viagem de avião de Porto Princípe a Miami não chega a três horas. Da segunda metade do século 19 ao começo do século 20, vinte governantes alternaram-se no poder e, dentre eles, 16 foram depostos e/ou assassinados.
No século 20, o Haiti experimentou uma sequência ainda mais alucinada de crises políticas, a confirmar que o colonizador não lhe deixou – como herança – os princípios iluministas da Revolução Francesa e tampouco um Estado de Direito, com Executivo, Judiciário e Legislativo, mesmo que incipientes, legando-o apenas a deterioção do passado tribal africano, que talvez lhe desse alguma unidade.
Em 1902, houve um guerra civil. De 1902 a 1908, a ditadura de Nord Alexis. De 1915 a 1934 foi ocupado pelos Estados Unidos (a mando inicial de seu presidente Woodrow Wilson), sob o pretexto de que seu governo não havia pago uma dívida contraída junto ao City Bank e ainda que as corporações estadunidenses, lá instaladas, estavam sob risco, impondo-se a pacificação das cidades e, sobretudo, para revogar o artigo da Constituição que proibía a venda de cana de açúcar aos estrangeiros. A riqueza do Haiti (o acúçar) foi o germe de sua destruição, à mingua de uma sociedade civil minimamente organizada.
Tortura e vodu
Os civis ocupam o poder de 1934 a 1957, como sempre, de crise em crise. Em 1957, François Duvalier – o Papa Doc – elegeu-se presidente e, com o apoio dos americanos, sob o signo da Guerra Fria e da Revolução cubana de 1958, declarou-se presidente vitalício em 1964.
Papa Doc implantou uma ditadura feroz, baseada no terror dos “tontons macoutes” (bichos-papões) e – ressignificando a origem africana – no vodu. Sua principal obra foi exterminar o pouco de sociedade civil que ainda havia no país e também a Igreja Católica que, àquela altura, ensaiva os primeiros passos da teologia da libertação na América Latina.
Papa Doc, um Napoleão de hospício e presídio, desflorestou o país na fronteira com a República Dominicana para ter os inimigos sob sua mira. Haitianos e dominicanos se odeiam, na ilha ou em Miami ou Nova Iorque, para onde inúmeros imigraram. O terremoto é fruto também de política predatória – crônica – em relação ao meio ambiente. O país perdeu 98% de suas florestas. Nada se pode cobrar, entretanto: o país nunca existiu de fato.
François Duvalier foi sucedido pelo seu filho Jean-Claude Duvalier, o Baby Doc, em 1971. Baby Doc permaneceu no poder até 1986, três anos antes da Queda do Muro de Berlim. A França lhe deu asilo político.
A ditadura dos Doc fez o país regredir 200 anos, deixando-o em estado colonial, agora, em plena terceira Revolução Industrial, e sem o acúçar, seu ouro branco. Leslie Manigat governou o Haiti de fevereiro a junho de 1988, depois de ele ser controlado pelo general Henri Namphy, de veia doquiana, por ano e meio como sucessor de Jean-Claude.
Seguiram-se golpes de Estado, liderados pelos doquistas até que o padre, de esquerda, Jean-Bertrand Aristide elegeu-se em 1990, renovando o sonho de 1804, o sonho da República negra dos ex-escravos Toussaint Louverture e Jacques Dessalines – país da independência.
As forças doquianas ou as forças que Doc encarnou – autoritárias – permaneciam vivas e Aristide foi deposto, em 1991, pelo general Raul Cedras – a ONU e a OEA, como sempre, impuseram “sanções econômicas” ao país. No fundo, os Estados Unidos e a Europa foram, ao longo do século 20, esvaziando qualquer possibilidade de nação para o Haiti e as sanções econômicas são prova disso.
A imigração tornou-se uma rotina, acentuada pela crise de Aritide/Cedras. O Conselho de Segurança da ONU decretou, em 1994, bloqueio total ao país. Uma Junta Militar empossou Émile Jonassaint, o que bastou para os americanos intesificarem as sanções. Em 1994, Aristide foi reempossado por uma força militar norte-americana. Em 2004, foi deposto.
Para controlar a situação tensa, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou o envio de uma força de mantenedores de paz, a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah). Liderada pelo Brasil, a força tem atualmente 7 mil homens, entre eles 1.266 brasileiros. Além desses neo-piratas abrigados em ONGs.
Sob o governo do Minustah, deu-se o terremoto físico, há tanto experimentado continuamente na vida social. Como observa Aznárez, com pertinência, a história do Haiti é excessiva, desde o chicote colonial francês até os dias de hoje.
Esse país, entretanto, legou à humanidade um pintor do nível de Hector Hyppolite (1894-1948), descoberto pelo poeta francês André Breton (1896-1966), líder do movimento surrealista, que morou na ilha em 1944, e poetas de primeira plana como Rene Depestre (n. 1926).
Depestre afirma, com pertinência, que os processos coloniais estão mais do que vivos. Ele acrescenta que houve uma espécie de descolonização “institucional” e uma das relações internacionais, em nível protocolar, sem descolonização das mentes e corações.
O Haiti é o produto mais cruel desses processos coloniais europeus (e americanos), sob a etiqueta “globalização”: ela não incluiu, como aduz Depestre, a totalidade dos valores das diversas civilizações e culturas, mas, ao contrário, impôs um padrão único, causando o yhadismo, o terorismo, a pobreza etc.
O Haiti é a vítima da hora. Ele, apesar da comoção mundial que provoca, será ainda palco de disputa geopolítica áspera, onde o que menos importa é sua população, confirmando a Lei de Murphy.
sexta-feira, 16 de abril de 2010
terça-feira, 13 de abril de 2010
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Crianças invisíveis

Janela da alma

sexta-feira, 9 de abril de 2010
Representação da identidade negra na telenovela brasileira
Este artigo analisa a representação da mulher negra na telenovela brasileira. Muito interessante, vale a pena ler!
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Direitos Humanos: Isto é fundamental
Direito fundamental
Tá na Constituição
É aquele sem o qual
Não existirá razão
Para se bater no peito
E protestar por respeito
Se dizendo cidadão
É direito de existir
E jamais ser molestado
Direito de ir e vir
E também ficar parado
É o direito de pensar
De poder se expressar
E não ser discriminado
É o direito de escolher
Ser ateu ou ser cristão
Direito de não se ver
Envolto em confusão
Ter a honra imaculada
Gozar da vida privada
Sem sofrer violação
Direito de exercer
Livremente a profissão
Direito de conviver
De fazer reunião
Direito de se informar
De não se ver processar
Por tribunal de exceção
Direito de, se for preso,
Ter seu corpo protegido
E em sendo acusado:
“inocente presumido”
Direito de petição
E também de certidão
Sem pagar o requerido
Direito de estudar
De morar, de ter lazer
Direito de trabalhar
De salário receber
E de se aposentar
Quando o tempo chegar
Sem ter de se aborrecer
Direito de pertencer
Ao povo de um Estado
Direito de escolher
Por quem será governado
Direito de opinar
De votar, de protestar
E também de ser votado
São direitos da pessoa
Estrangeira ou nacional
Direito que não se doa
Se conquista, afinal
Direito que não se vende
Direito que se defende
Ante qualquer tribunal
Nascem da inspiração
Dos direitos naturais
Do pensamento cristão
E das lutas sociais
Vão ganhando dimensões
Somando-se gerações
Direito nunca é demais
São direitos que o povo
Precisa então conhecer
Não digo nada de novo
Mas quero oferecer
Uma leitura singela
Que a moça da janela
Possa ler e entender
Não basta só que entenda
Precisa saber cobrar
Para que não seja lenda
O que acabei de falar
Para quem se dirigir?
Como lutar, como agir?
A quem reivindicar?
Eis porque é importante
Que todos se mobilizem
Do doutor ao estudante
Todos se conscientizem
Combater violações
E desenvolver ações
Requer se instrumentizem
Por isto este encontro
Esta “aula inaugural”
O debate, o contra-ponto
O diálogo fraternal
Para socializar
A forma de se buscar
O que é essencial
Policial, professor
Jornalista e militante
O tal terceiro setor
Gente de todo quadrante
“uma idéia, muitas vozes”
Mil combatentes velozes
D’uma ação humanizante
É preciso relembrar
A luta sempre começa
Onde quer que você vá
Verá que o sonho não cessa
Lutar enquanto houver dano
Pois tudo o que é humano
Ao humano interessa!
terça-feira, 6 de abril de 2010
O continente africano nas imagens midiáticas.

Michele Santana Pacheco de Almeida
quarta-feira, 31 de março de 2010
Leitura de Imagens
domingo, 28 de março de 2010
Leitura pela Arte
sexta-feira, 26 de março de 2010
Na força do Rumpi
Que rompe as mordaças do ignorar,
Que é o Axé,
Poder do Orixá, acumulada nos terreiros,
Difundidas por Alabês.
Na celebração/saudação.
Só com a força do rumpi,
Os homenageados podem dançar.
Ouvindo e sentido axé dos Rumpis, Batas, Tan-tans e Cotôs
Me envolve na profunda Magia do momento.
E fui encontrar em África.
A benção e o louvor
De meus inquices.
Elque Santos